O jogo não foi dos mais bonitos de se ver. O Palmeiras x Flamengo que prometia duelo de artilheiros entre Vagner Love, Barcos e até Obina - que começou no banco - só teve um golzinho, chorado e em posição de impedimento. Graças ao Pirata, o Verdão fez 1 a 0 no Fla e deixou a zona de rebaixamento a duas rodadas do fim do primeiro turno do Campeonato Brasileiro. Com um jogador a menos desde o fim do primeiro tempo, após expulsão de Ibson, o time rubro-negro não conseguiu reagir e perdeu a chance de engatar sua terceira vitória seguida.
Barcos fez o gol, mas o destaque da partida foi o árbitro Célio Amorim. Ele bateu o recorde de cartões aplicados neste Brasileirão: foram 12 amarelos e um vermelho. A cada choque mais forte, um cartão.
A vitória levou o Palmeiras aos 16 pontos, na 15ª colocação. Está livre do Z-4 nesta 17ª rodada, já que pode ser ultrapassado somente pelo Coritiba, em caso de vitória sobre o Vasco nesta quinta-feira. O Flamengo estaciona nos 22 pontos, com um jogo a menos - contra o Atlético-MG - e continua em nono.
- Para os corneteiros que falam que eu não quero continuar aqui, já falei: quando é para jogar, eu vou me dedicar. Graças a Deus a gente segurou o sufoco no fim, mas no Palmeiras é assim mesmo, a gente sofre - disse o chileno, o mais caçado na partida, sofrendo oito das 15 faltas do time.Valdivia, que recentemente despertou interesse do próprio Flamengo, disse após a partida que nunca pôs em dúvida sua continuidade no Palmeiras e que se sente feliz no clube:
No Flamengo, Ramon procurou isentar Ibson de culpa pelo resultado, embora tenha reconhecido que é mais complicado atuar com um jogador a menos.
- A saída de um jogador atrapalha, mas não dá para dizer que perdemos por causa dele. Isso seria injusto. Tentamos muito no segundo tempo, mas não conseguimos. Poderíamos ter conseguido um resultado melhor. É difícil jogar com um a menos, ainda mais contra o Palmeiras. Eles se fecharam bem na defesa e não nos deixaram criar - afirmou o lateral
Na próxima rodada, o Palmeiras viaja até Goiânia para enfrentar o Atlético-GO, domingo, às 18h30m (de Brasília), no Serra Dourada. No mesmo dia e horário, o Flamengo tem o clássico contra o Vasco, no Engenhão.
Felipe falha, e Barcos faz
Com Negueba e Thomás abertos pelas pontas, mais Vagner Love centralizado, o Flamengo preocupou demais a defesa palmeirense nos primeiros minutos, até a marcação se acertar. Lá do alto, das tribunas, o suspenso Felipão mandou segurar Artur na lateral direita, em cima de Thomás, e também reforçou a atenção para cima de Ibson e Renato, criadores de jogadas da equipe rubro-negra. Assim, o Verdão conseguiu frear o ímpeto inicial do rival.
Com Negueba e Thomás abertos pelas pontas, mais Vagner Love centralizado, o Flamengo preocupou demais a defesa palmeirense nos primeiros minutos, até a marcação se acertar. Lá do alto, das tribunas, o suspenso Felipão mandou segurar Artur na lateral direita, em cima de Thomás, e também reforçou a atenção para cima de Ibson e Renato, criadores de jogadas da equipe rubro-negra. Assim, o Verdão conseguiu frear o ímpeto inicial do rival.
A partir daí, o dono da casa começou a criar e dominar, sempre pelo lado direito da defesa carioca, fragilizado pelos avanços de Léo Moura e a falta de ritmo de Marllon, que parecia desconectado do restante da equipe. Na bola aérea, Barcos sempre levou vantagem, até quando a bola veio lenta, ideal para o zagueiro afastar. Em lançamento de Marcos Assunção, o primeiro susto: às costas de Marllon, Barcos dominou no peito e só não fez o gol porque Felipe abafou.
Com Mazinho de volta ao Palmeiras, Obina ficou no banco de reservas. A mudança reforçou a velocidade da equipe, que também ganhou qualidade com o retorno de Valdivia. Ainda fora de ritmo, o Mago só foi parado na base das pancadas. Duas delas de Ibson. Dois cartões para o rubro-negro e expulsão. O meia do Flamengo nem reclamou e deixou o campo cabisbaixo. Com o meio-campo do rival fragilizado, o time alviverde aumentou o seu domínio.
Dorival Júnior ainda tentou uma alternativa sem precisar mudar peças na equipe, invertendo Negueba e Thomás. Mais incisivo, Negueba foi para cima de Artur, mas só foi bem em um lance, quando cortou para dentro e chutou à esquerda do gol de Bruno. A torcida do Fla, que lotou o setor destinado a ela na Arena Barueri, mostrou preocupação e tentou abafar a empolgação dos palmeirenses. Em vão.
Em campo, Felipe começava a se destacar com boas defesas, uma delas em belo chute de Valdivia. Mas o goleiro não segurou aos 32 minutos, quando Artur chutou sem força, prensado na marcação. A bola passou por baixo do goleiro e foi mansa em direção ao gol. Barcos apareceu para completar, em posição de impedimento. A arbitragem confirmou 1 a 0, e o Pirata colocou mais um na sua conta. São 20 gols na temporada, a sete da marca que precisa para ganhar um típico churrasco gaúcho de Felipão.
Show, só de cartões
Com um a mais em campo, o Palmeiras tinha duas opções: pressionar em busca do segundo gol ou atacar só “na boa”, quando o Flamengo desse espaços. Preferiu segurar o jogo, tocar a bola com paciência e arriscar alguns chutes de longe. A lentidão alviverde deixou o jogo amarrado e chato, do jeito que Murtosa e Felipão queriam. Para quem quer sair da zona de rebaixamento, jogar bem é detalhe. Importante é manter a vitória.
Dorival Júnior se cansou de esperar um bom lance de Thomás, perdido no ataque, sem função. Promoveu a estreia do garoto Fernandinho, que deu um pouco mais de dinâmica ao setor. Mesmo assim, Love precisou buscar o jogo no meio-campo, e por isso não chegou à área com o perigo habitual. Ele só deu um chute no segundo tempo, defendido facilmente por Bruno. Deivid entrou nos minutos finais, com pouquíssimo tempo para ajudar em algo.
O Palmeiras podia ter matado o jogo, mas não quis. Barcos e Valdivia preferiam enfeitar, dar um toque a mais na bola, e isso deixou o jogo aberto até o fim, já que qualquer bola certeira daria o empate ao Flamengo. A torcida, já mais calada, só levantava a voz a cada gol do Náutico, que venceu o São Paulo por 3 a 0 no Recife. Alviverdes e rubro-negros faziam festa juntos. Após o apito final, só os palmeirenses continuaram vibrando.
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