O gerente de futebol do Palmeiras, César Sampaio, disse nesta segunda-feira que a proibição da entrada de torcidas organizadas nos estádios paulistas pode não inibir a violência entre os adeptos. A declaração foi feita um dia após a morte de um integrante da torcida organizada Mancha Alviverde antes do clássico contra o Corinthians neste domingo. A diretoria do Palmeiras estuda uma forma de acabar com os confrontos, e pede maior conversa entre os líderes das facções organizadas dos grandes clubes de São Paulo.
– Os torcedores sendo proibidos de ir ao estádio pode até inibir [a violência], mas isso não inibe que eles se encontrem. Esse problema não foi no estádio, foi antes do jogo. Nós temos que nos mover no sentido de nos posicionarmos para que isso acabe. Acho que os chefes das torcidas devem sentar, conversar e entender que nós estamos próximos a sediar o evento esportivo de maior repercussão mundial. Acho que, mais do que ficar triste, a gente tem que se posicionar para que isso acabe – disse Sampaio.
A briga deste domingo aconteceu nas imediações da Avenida Inajar de Souza, na Zona Norte da cidade de São Paulo. André Alves Lezo, de 21 anos, foi morto com um tiro na cabeça.
César Sampaio esteve no Cemitério do Jaraguá, onde Lezo era velado no início da tarde desta segunda, para prestar solidariedade à família da vítima.
César Sampaio esteve no Cemitério do Jaraguá, onde Lezo era velado no início da tarde desta segunda, para prestar solidariedade à família da vítima.
– Em nome da instituição [Palmeiras], vim prestar nossos sentimentos à família de um membro da Mancha Alviverde. É um momento triste para a gente, sou totalmente contra qualquer tipo de violência moral ou física. E com uma tragédia dessas, perde todo mundo: perde o esporte, perdem os valores do esporte, a rivalidade – disse.a
A Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) deve instaurar inquérito nesta tarde para investigar o caso. A confusão foi registrada, inicialmente, no 72º Distrito Policial, na Zona Norte, para apurar os crimes de homicídio, lesão corporal e rixa. O confronto deste domingo envolveu cerca de 300 torcedores armados com revólveres, paus, pedras e barras de ferro deixou um palmeirense morto.
– A rivalidade existe dentro e fora de campo, mas a violência e o descontrole não podem ocorrer. Um ato como esse é algo que mancha não só a imagem do Palmeiras, mas também o futebol brasileiro em geral. Isso não foi rivalidade. Uma pessoa que sai de casa para ir ao jogo armada sai pré-disposta a cometer um crime. Nunca, jamais, vamos entender isso – afirmou César Sampaio.
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