As jogadas de bola parada que tanto ajudaram o Palmeiras a construir uma invencibilidade de 21 jogos funcionaram do lado inimigo neste domingo. Em uma tarde que nada parecia dar certo no primeiro tempo, o Corinthians usou o veneno do rival para derrubá-lo na etapa final. Com dois gols partindo de cobranças de faltas quase idênticas, o Timão venceu o clássico contra o Verdão por 2 a 1, de virada, no Pacaembu, e se juntou ao São Paulo na liderança do Campeonato Paulista com 34 pontos - o Tricolor, no entanto, é o primeiro, por ter saldo de gols melhor (16 contra 15).
Fora de campo, quatro torcedores ficaram em estado grave após conflito entre mais de 500 na zona norte da cidade - um deles faleceu após ter sido baleado na cabeça. Dentro das quatro linhas, a partida foi condizente com a história de 95 anos do mais tradicional jogo do estado. Em um primeiro tempo quente, com alguns desentendimentos entre os jogadores, o Palmeiras dominou totalmente o adversário e abriu vantagem com Marcos Assunção (ou o"Professor Raimundo", pela homenagem a Chico Anysio) em um venoso chute de longe que desviou nas costas do zagueiro Leandro Castán e pegou Julio Cesar um pouco adiantado.
O Corinthians só acordou na etapa final para completar 17 anos sem derrota para o Palmeiras em duelos na sua histórica casa – a última foi em 1995. Em duas faltas quase consecutivas batidas por Jorge Henrique pelo lado direito logo nos primeiros minutos do segundo tempo, Paulinho e Márcio Araújo, contra, garantiram o triunfo alvinegro.
O resultado faz o Timão chegar aos 34 pontos e superar o Verdão, que perde a invencibilidade na temporada e permanece com 32. Na quarta-feira, os corintianos enfrentam o XV de Piracicaba, às 22h, no Pacaembu. Os palmeirenses pegam o Paulista, no mesmo horário, em Jundiaí.
Verdão em vantagem: mérito de Assunção ou falha de Julio Cesar?
Passar a semana alertando os jogadores e ensaiando jogadas para segurar Marcos Assunção foi pouco para o Corinthians entender o perigo que tinha pela frente no dérbi paulistano. Com apenas 40 segundos, em cobrança de falta perigosa que Julio Cesar jogou para escanteio, o volante palmeirense já dava demonstrações de que estava em um dia inspirado.
Passar a semana alertando os jogadores e ensaiando jogadas para segurar Marcos Assunção foi pouco para o Corinthians entender o perigo que tinha pela frente no dérbi paulistano. Com apenas 40 segundos, em cobrança de falta perigosa que Julio Cesar jogou para escanteio, o volante palmeirense já dava demonstrações de que estava em um dia inspirado.
O Verdão dominou praticamente todo o primeiro tempo criando boas chances e anulando as principais jogadas alvinegras. Defesa e ataque funcionaram em sintonia. Antes dos 15 minutos, a equipe de Luiz Felipe Scolari já poderia ter largado em vantagem. Barcos perdeu grande oportunidade, de cabeça, livre na área. Logo em seguida, Assunção por pouco não acertou o ângulo em nova falta.
O gol era questão de tempo e veio aos 17 minutos. Com muito espaço para jogar nas costas de Paulinho, o Palmeiras concentrou o jogo pelo meio e achou a brecha que precisava. Marcos Assunção recebeu livre de marcação fora da área e soltou uma bomba. A bola desviou levemente nas costas de Leandro Castán, tocou no travessão e entrou. Julio Cesar, um pouco adiantado no momento da finalização, não conseguiu segurar.
O Corinthians teve problemas para reagir. A velha falta de inspiração do ataque voltou a aparecer. Tite escalou Emerson na função de Alex, como armador, deixando Danilo e Jorge Henrique abertos. Nenhum deles rendeu o esperado, e Liedson, mais uma vez, sumiu. A aposta não deu certo. Com três volantes, o Verdão travou o setor e poderia até ter ampliado, quando Valdivia driblou o goleiro alvinegro, mas perdeu o ângulo para finalizar.
O primeiro tempo foi também de tumulto entre os jogadores. Tudo começou quando Liedson acertou o peito de Deola em uma dividida na área. No empurra-empurra, Jorge Henrique e Cicinho trocaram socos. Barcos e Leandro Castán também se estranharam. Nervosos, os corintianos reclamaram bastante de faltas pelo árbitro Marcelo Rogério.
Seis minutos para virar o jogo
Antes mesmo que a inversão tática de Danilo e Emerson mostrasse que foi positiva, o Corinthians usou a arma do rival para virar no início do segundo tempo e levar o Pacaembu à loucura. Logo aos três, Jorge Henrique cobrou falta pela direita, a bola desviou em uma das mãos de Márcio Araújo e sobrou para Paulinho chutar forte e empatar. Aos seis, quase uma repetição. Em nova batida pelo mesmo lado, Márcio Araújo tentou cortar o cruzamento na segunda trave, mas mandou para o próprio gol.
Antes mesmo que a inversão tática de Danilo e Emerson mostrasse que foi positiva, o Corinthians usou a arma do rival para virar no início do segundo tempo e levar o Pacaembu à loucura. Logo aos três, Jorge Henrique cobrou falta pela direita, a bola desviou em uma das mãos de Márcio Araújo e sobrou para Paulinho chutar forte e empatar. Aos seis, quase uma repetição. Em nova batida pelo mesmo lado, Márcio Araújo tentou cortar o cruzamento na segunda trave, mas mandou para o próprio gol.
O Palmeiras entrou em colapso com a inesperada mudança de placar. As jogadas que deram certo no primeiro tempo acabaram na parte final do jogo. O time se enervou, perdeu a posse de bola e praticamente não ofereceu perigo a Julio Cesar. A melhor oportunidade neste período veio dos pés de Valdivia, batendo por cima uma chance clara dentro da área.
Com mais espaço, o Corinthians apostou tudo na velocidade de Emerson, aberto pela esquerda para jogar nas costas de Cicinho. Em uma arrancada, Sheik chegou à linha de fundo e cruzou para Jorge Henrique bater em cima de Juninho e desperdiçar grande oportunidade de fazer o terceiro.
O Verdão só conseguiu melhorar depois que Felipão colocou Pedro Carmona e Ricardo Bueno no gramado. A equipe voltou a ter mais posse de bola, mas esbarrou na boa atuação da defesa rival. Barcos, que fez grande primeiro tempo, sumiu no fim. A chance do empate veio aos 43. Assunção bateu falta para a área, Henrique desviou de cabeça e a bola saiu muito próxima da trave direita.
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