Poucos jogadores do Palmeiras podem dizer que terminaram a temporada valorizados depois do rebaixamento à Série B do Campeonato Brasileiro. O meia Patrick Vieira é um deles. Destaque da base alviverde, mostrou personalidade ao substituir Valdivia nas últimas rodadas e, elogiado pelo técnico Gilson Kleina, já projeta a disputa da Libertadores e da Segunda Divisão no ano que vem.
A estreia pelo time principal se deu neste ano, mas ainda sob o comando de Luiz Felipe Scolari, contra a Ponte Preta, no primeiro turno do Brasileiro. Comandante da Macaca na ocasião, Kleina gostou do que viu, e logo que chegou ao Palmeiras tratou de buscar informações sobre o jogador. Ele já tem seis jogos disputados como titular, além de dois gols marcados (contra Fluminense e Atlético-GO), mas trocaria tudo para ver o Verdão de novo na elite.
– Eu sei que fui bem e atuei poucos jogos, mas estava no elenco e convivi com todo esse sofrimento. Com certeza, trocaria o meu ano pela permanência na Série A – afirmou Patrick ao site oficial do Palmeiras.
– Vamos fazer de tudo para que seja o nosso ano. Essa nova safra de garotos está crescendo, evoluindo, e queremos colocar o Palmeiras no devido lugar que ele merece. Antes da Série B, teremos a Libertadores. Nosso pensamento precisa ser grande, precisamos pensar em títulos – completou.
Nascido no Rio de Janeiro, hoje com 20 anos, Patrick Vieira lembra da infância traumática e humilde e da volta por cima no futebol. Parte do elenco profissional no fim do ano passado, teve de conviver com as constantes críticas à base e a pequena atenção de Felipão aos jovens formados no Palmeiras. Para piorar, sofreu uma lesão no ombro e só conseguiu ser reaproveitado no time principal na metade desta temporada. Agora, espera não sair mais.
– Minha vida foi sempre movida por desafios. Perdi meu pai com um mês de idade, por conta de traficantes. Meu primo também foi assassinado por causa de traficantes. As pessoas mais próximas a mim falavam que eu iria seguir o mesmo caminho, que eu estava saindo de casa para roubar. Tinha o sonho de dar uma vida melhor para a minha família, mas tinha medo de sair de casa para não dar desgosto para minha mãe – revela o jogador.