Se realmente entrar em campo nesta quarta-feira, contra o Flamengo, na Arena Barueri, o meia Valdivia vai afastar de vez qualquer especulação sobre sua possível transferência para outra equipe da Série A do Campeonato Brasileiro. Como irá completar seu sétimo jogo com a camisa do Palmeiras na competição, ele não poderá mais defender outra equipe. O retorno do Mago justamente contra o rival rubro-negro só faz aumentar as coincidências com outro (ex-) ídolo do Verdão, o atacante Kleber.
Em 2011, o Gladiador vivia situação semelhante à de Valdivia, com futuro indefinido depois de uma proposta do Flamengo. Se neste ano o presidente Arnaldo Tirone descartou prontamente uma negociação, ano passado a novela foi maior, a ponto de a equipe rubro-negra, avisada pelo empresário Giuseppe Dioguardi, fazer uma nova proposta na manhã da partida entre Palmeiras e Fla, marcada para o Pacaembu.
Kleber, assim como Valdivia, estava parado há alguns jogos e ainda não havia completado a sétima partida no Brasileirão, o que ocorreu quando ele entrou em campo para enfrentar a equipe carioca. Coincidência ou não, o Gladiador também havia alegado uma lesão para não entrar em campo nos jogos anteriores – e só entrou quando sua situação foi resolvida. Tirone até vê semelhanças, mas admite que o caso do ano passado foi bem mais trabalhoso.
A gente não sabia o que se passava na cabeça do Kleber. Tanto que pouco depois saiu. Com o Valdivia, ele já disse várias vezes que não joga em outro clube do Brasil"
Arnaldo Tirone, presidente do Palmeiras
– Aquela época era diferente, a gente não sabia o que se passava na cabeça do Kleber. Tanto que pouco depois saiu. Com o Valdivia, ele já disse várias vezes que não joga em outro clube no Brasil. Confiamos nele, espero que tenha uma boa sequência, sem mais lesões – disse.
No ano passado, a proposta flamenguista por Kleber foi de 3 milhões de euros (R$ 7 milhões) por 50% dos direitos econômicos. A insistência da presidente Patrícia Amorim irritou Arnaldo Tirone, que prometeu romper relações com o Flamengo e não mais negociar seu atacante. Desta vez, o Fla fez apenas uma sondagem para saber as condições necessárias para contar com Valdivia em seu elenco.
Naquela ocasião, Kleber foi negociado com o Grêmio meses depois, já que vivia em pé de guerra com a diretoria, e depois com o técnico Luiz Felipe Scolari. A gota d’água foi no dia 11 de outubro, na véspera de um jogo contra o... Flamengo, de novo! O volante João Vitor se envolveu em uma briga com torcedores, e o Gladiador liderou um movimento para que ninguém viajasse para o Rio de Janeiro naquela noite de terça-feira. A delegação embarcou na manhã de quarta, já sem o atacante.
Agora, a situação com Valdivia é mais amena, até porque seu caso era bem mais grave – um sequestro-relâmpago sofrido na região do CT do Palmeiras, zona oeste de São Paulo. Tratado com carinho pela diretoria, ele aos poucos foi demovido da ideia de deixar o clube. Pelo menos por enquanto, o clima é de paz com o Mago, que em breve deve ter a família de volta ao Brasil.
A guerra entre Palmeiras e Flamengo ainda teve o capítulo Ronaldinho, vivido quando o ex-camisa 10 rubro-negro deixou o clube. Um empresário ofereceu o craque ao Verdão, que recusou, mas foi acusado pelo Fla de ter aliciado o jogador enquanto ele ainda tinha contrato vigente com outra equipe. Até ameaça de multa teve: R$ 350 milhões. O caso, porém, não avançou. Tirone assegura que não há mágoas.
– Passou, a Patrícia Amorim me ligou para pedir desculpas, não vamos ficar alimentando esse tipo de coisa. Não há inimizade, mas quando mexem com o Palmeiras, fica complicado não se exaltar – destacou o presidente palmeirense.
Dentro de campo, o clima promete ser bem mais ameno. Com amigos dos dois lados, casos de Obina e Vagner Love, Palmeiras e Flamengo querem apenas um jogo tranquilo e cheio de gols para ambos tentarem melhorar na tabela do Campeonato Brasileiro. E com Valdivia em campo, fim das polêmicas. Pelo menos por enquanto.
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