O Palmeiras está a dois jogos de conquistar a Copa do Brasil depois de 14 anos, e o meia Valdivia é o maior símbolo do que a taça pode representar para todo o clube depois de anos convivendo com más campanhas e problemas internos. Recuperado de um sequestro-relâmpago sofrido há quase um mês, o Mago não quer saber de falar sobre seu futuro – que está garantido no Palmeiras só até o fim da competição nacional. Focado e mais alegre, ele não para de falar no Coritiba, adversário desta quinta-feira na primeira partida da decisão.
– Ele está ótimo. A diferença deste Valdivia para aquele pós-sequestro é grande. Só quer saber do jogo, vai ser fundamental para essas decisões – disse o gerente de futebol César Sampaio.
Os sorrisos aparecem com maior frequência, as brincadeiras também. Mas só com os companheiros de equipe. Valdivia quer manter o silêncio às vésperas de decisão. Nesta terça-feira, por exemplo, uma equipe de TV chilena tentou falar com o Mago, mas ele recusou o pedido de entrevista. Ele já não é de falar muito, e perto da final essa concentração só aumentou.
Ele (Valdivia) já comentou algumas vezes desse título (paulista-2008), foi importante para sua carreira. Espero que consigamos dar mais alegrias a ele e ao Palmeiras"
Adalberto Román, zagueiro do Verdão
Dentro do grupo, porém, as piadas já são disseminadas como antigamente. O caso do sequestro serviu até para aproximar Valdivia de alguns jogadores que não tinham tanto contato com ele. Com o retorno da mulher e dos filhos para o Chile, o Mago está morando sozinho em um apartamento próximo à sede do Palmeiras. Mas conta com os amigos do CT sempre que necessário.
– As brincadeiras voltaram, o grupo o acolheu de forma surpreendente, até. Esse caso do sequestro, apesar de triste, fez o Valdivia se aproximar ainda mais da gente. Ele está mais aberto do que antes, acho que vai encontrar sua nova família aqui dentro do Palmeiras – apostou um companheiro de elenco.
Valdivia tem até dado dicas para quem joga no clube há menos tempo. Com o zagueiro Román, por exemplo, o Mago lembrou da alegria que sentiu ao conquistar o título paulista de 2008, sensação parecida com a que se encontra agora. A vontade de repetir o feito de quatro anos atrás, mas em nível nacional, deixa o jogador próximo de cumprir pelo menos parte da dívida de gratidão que tem com o Palmeiras.
– Ele já comentou algumas vezes desse título, foi importante para sua carreira. Espero que consigamos dar mais alegrias a ele e ao Palmeiras – ressaltou o zagueiro.
O gol na semifinal contra o Grêmio foi simbólico nessa virada de Valdivia. A comemoração emocionada, o abraço efusivo em Felipão e a entrevista quase chorando depois do jogo ainda estão vivas na memória de quem participou daquele momento. Por isso, quem convive com o Mago acredita que não passa por sua cabeça o futuro dentro ou fora do Palmeiras. Esse “chip” só será ligado depois das decisões. Até lá, o camisa 10 está à procura de sua segunda conquista pelo clube, algo que poucos têm no atual elenco.
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