O gol tem tamanhos diferentes para dois atacantes que se enfrentarão no clássico entre Corinthians e Palmeiras, neste domingo, às 16h, no Pacaembu, valendo a liderança do Campeonato Paulista. Liedson, tão decisivo para o Timão levantar a taça do último Brasileiro, vive a angústia de ainda não ter marcado em 2012. Do outro lado do campo, ele verá Hernán Barcos, o iluminado. De um quase desconhecido no país, o centroavante argentino se transformou em arma e em um novo ídolo do rival Palmeiras.
O Levezinho sofreu no passado com os problemas físicos e até uma cirurgia no joelho esquerdo, mas conseguiu brilhar. Apesar da operação em meio ao Brasileirão, participou de 44 partidas e foi o artilheiro do time, com 23 gols, muitos deles fundamentais na caminhada até o troféu. A esperança de uma nova temporada ainda melhor pela recuperação do condicionamento, porém, vem diminuindo. E o jejum de gols só aumenta: são 12 jogos no total.
– Estou trabalhando. Sei que o gol vai sair na hora certa – disse Liedson, após a vitória por 1 a 0 sobre o Cruz Azul-MEX, quarta-feira, pela Libertadores.
O centroavante, aliás, não pode reclamar de incentivo. Ao ser chamado para dar lugar a Emerson contra os mexicanos, Liedson deixou o gramado do Pacaembu muito aplaudido pela torcida, sobretudo pelo empenho nos 68 minutos que atuou. Entretanto, a pressão por um gol cresce a cada momento. Tite faz de tudo para que seu camisa 9 não perca a confiança de que pode dar a volta por cima.
Infográfico compara números de Barcos e Liedson na temporada
O treinador também vem tendo problemas com a escassez de gols do veterano atacante. Em toda entrevista coletiva, ele é questionado diversas vezes sobre se já pensa em tirá-lo da equipe. O problema está em quem será o substituto. Emerson, Willian e Gilsinho não possuem características para assumir a função de centroavante. Já Elton, concorrente direto, não agrada tanto por ter dificuldades em se movimentar e colaborar com a marcação ofensiva. O posto seria de Adriano, grande aposta da direção desde a aposentadoria de Ronaldo. Seria.
Já Hernán Barcos vive uma lua de mel no Verdão. Toda a desconfiança que o cercava por ter brilhado apenas no LDU-EQU acabou em poucos jogos. Nas 11 vezes que entrou em campo pelo Palmeiras, marcou nove gols e deu fim à carência ofensiva da equipe. Melhor: o cabeludo caiu nas graças da torcida ganhando o status de ídolo, disponível desde a aposentadoria de São Marcos.
A mudança de comportamento do Palmeiras desde a chegada do centroavante é refletida nos números. O ataque, sempre tão questionado pelos torcedores e até pelo técnico Luiz Felipe Scolari, virou o ponto forte. A equipe é, ao lado do São Paulo, a que fez mais gols no Paulistão: 32, sete deles do argentino (nove no total).
Enquanto Liedson luta contra a má fase, Barcos quer aproveitar mais um clássico para fazer o Palmeiras disparar na liderança do Paulistão. No primeiro duelo dele contra um rival, fez dois gols no empate por 3 a 3 contra o São Paulo, em Presidente Prudente. Uma exibição parecida faria o Verdão abrir vantagem sobre seu grande inimigo.– Ainda tenho o que melhorar, estou perdendo bolas que normalmente não perco. Vou melhorando a cada jogo. Tenho de ajudar um pouco mais o time. A sequência nos deixa confiante, mas falta muito – disse o atacante, quatro gols atrás do artilheiro Hernane, do Mogi Mirim.
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