O Palmeiras inovou ao permitir a participação de sua torcida na contratação do meio-campista Wesley, com a criação de um sistema de doações no qual o palmeirense pode comprar “cotas” por meio de um site na internet e ajudar o clube a arrecadar os pouco mais de R$ 21 milhões necessários para o acerto com o Werder Bremen-ALE. Pelo menos por enquanto, a participação da torcida vai se restringir a essa ação. O sonho do sócio alviverde em participar também do cotidiano político do clube vai esperar um bom tempo.
Durante a apresentação do projeto da contratação de Wesley, na terça-feira, o presidente Arnaldo Tirone comentou novamente o assunto. Vários grupos políticos do Palmeiras são a favor das eleições diretas para a presidência, e o projeto, protocolado em março do ano passado, ainda não tem data para ser votado.
– Não considero que esteja ignorando a parte política, o Palmeiras é um clube democrático, mas temos um sistema político que já está aí há quase 100 anos. Todos os ex-presidentes foram eleitos pelos conselheiros, todo o patrimônio do clube foi construído assim. O Palmeiras tenta entender a vontade da torcida, e na hora certa as coisas vão acontecer. Não somos contra a abertura política, mas isso será resolvido futuramente – explicou Tirone.
O Palmeiras é um clube democrático, mas temos um sistema político que já está aí há quase 100 anos"
Arnaldo Tirone
Para “comemorar” o aniversário de um ano do lançamento do projeto, membros do grupo “Acorda, Palmeiras” organizaram a Festa da Gaveta, evento que será realizado antes do duelo contra o São Caetano, neste domingo, no Pacaembu.
A festa começará em frente ao Palestra Itália, na rua Turiassu, e seguirá até o Pacaembu, local do jogo. O tom será bem-humorado, com bolo, bexigas e apitos para mostrar a indignação com o engavetamento do projeto das Diretas. Atualmente, apenas os conselheiros do clube têm direito a voto, e a luta é para que todos os sócios também possam participar do processo de escolha dos mandatários do Verdão.
O grupo ligado ao ex-presidente Mustafá Contursi tentou uma manobra política no fim do ano passado, ao propor a votação da inclusão de um conselho gestor para comandar o futebol do clube. Tal órgão seria formado por três conselheiros, um deles vitalício, e em tese deixaria o presidente eleito com pouca ou nenhuma influência sobre o futebol. Em reunião do Conselho, porém, ficou decidido que os dois projetos serão votados separadamente – e não de forma conjunta, como o grupo queria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário