Nem parecia que o Palmeiras vai jogar uma final de Copa do Brasil daqui a quatro dias. Em uma Arena Barueri vazia, com pouco mais de 2.500 pagantes, o time começou em marcha lenta, irritou os torcedores, mas os três gringos da equipe resolveram e deram a vitória por 3 a 1 sobre o Figueirense, neste domingo, pelo Campeonato Brasileiro. Os gols de Román e Barcos e a assistência de Valdivia para Maikon Leite foram responsáveis pela primeira vitória da equipe na competição, depois de sete rodadas.
O Palmeiras chega aos cinco pontos na tabela, mas ainda segue na zona de rebaixamento da competição. Mesmo assim, os comandados de Luiz Felipe Scolari ganham moral para a decisão da Copa do Brasil na quinta-feira, contra o Coritiba, novamente na Arena Barueri. Felipão poupou apenas quatro titulares e pode perder o zagueiro Maurício Ramos para a final – ele saiu com dores na coxa esquerda.
Na próxima rodada, o Palmeiras visita a Ponte Preta em Campinas, domingo, às 18h30m (horário de Brasília). O Figueirense recebe o Vasco, no Orlando Scarpelli, também no domingo, às 16h.Do outro lado, o Figueirense permanece com sete pontos, apenas uma posição acima do Palmeiras, mas fora da zona da degola. A equipe de Argel Fucks começou bem, abriu o placar com um golaço de Julio César, mas não conseguiu manter o padrão no segundo tempo.
Problemas, golaço e baixinho
Com quatro titulares poupados, Felipão soltou um pouco mais o time ao escalar os meias Felipe e Daniel Carvalho juntos, fato incomum na temporada. O esquema utilizado foi o mesmo, um 4-2-3-1 com Felipe aberto pela direita, Maikon Leite pela esquerda e Barcos mais adiantado na área. O problema é que o Palmeiras voltou a apresentar velhas deficiências na marcação, que haviam sido corrigidas com a entrada do zagueiro Henrique improvisado como volante no meio-campo – ele foi um dos poupados neste domingo.
O Figueirense encaixou rapidamente sua defesa e passou a encontrar espaços pelas laterais para atacar, às costas de Cicinho, pela direita, e Fernandinho, pela esquerda. Guilherme Santos fez o que quis com Márcio Araújo e levou perigo ao gol alviverde em vários lances. O Verdão aceitou o jogo do rival e levou pouco perigo ao goleiro Wilson. Daniel Carvalho enfeitou muito, mas fez pouco. Apenas Barcos foi efetivo: deu passe perfeito para Maikon Leite, que perdeu o gol na pequena área.
O Figueirense tinha padrão tático mais acertado, e o gol não demorou a sair. Aos 31 minutos, Guilherme Santos iniciou a jogada que terminou com uma obra de arte de Julio César, remanescente do time que chegou longe no Brasileirão de 2011: de costas para o gol de Deola, o centroavante voou e acertou um lindo voleio no ângulo esquerdo. 1 a 0 Figueira, e vibração dos cerca de 20 torcedores do time catarinense presentes em Barueri.
Felipão se irritou. Mandou Valdivia para o aquecimento e ameaçou colocá-lo antes mesmo do fim do primeiro tempo. Dos titulares, Maurício Ramos saiu machucado e preocupa para a final contra o Coritiba, daqui a quatro dias. O destino foi favorável ao “baixinho” Román, 1,78m, que não vinha jogando e entrou com uma vontade impressionante.
O zagueiro paraguaio deu dois desarmes perfeitos em Caio, incluindo um em que o atacante reclamou de pênalti. Ele foi o responsável por levantar os poucos torcedores que se deslocaram até Barueri para passar frio. Aos 38, em escanteio cobrado por Maikon Leite, Román correu para a área, se antecipou à defesa e cabeceou com perfeição. A comemoração foi emblemática, com um soco no ar e um sorriso largo. O empate foi lucro para um Palmeiras desorganizado no primeiro tempo.
Verdão melhora, Maikon resolve
A bronca de Felipão nos vestiários surtiu efeito antes mesmo de a bola rolar para o segundo tempo. Os jogadores subiram rapidamente para o campo, conversaram entre si e acertaram o posicionamento. A primeira atitude foi fazer os três homens de armação se aproximarem de Barcos, que há tempos sente falta de uma companhia de qualidade no setor. Nas primeiras duas bolas que chegaram até ele, o goleiro Wilson teve trabalho.
Os pouco mais de 2.500 palmeirenses na gelada Barueri se irritaram mesmo com Daniel Carvalho, que tirou toda a velocidade do jogo proposta por Felipão. A impaciência durou até a metade do segundo tempo, quando Valdivia tirou o agasalho e foi para o jogo. Daniel saiu vaiado, foi direto para os vestiários e sequer cumprimentou o técnico, chateado com a própria atuação.
O Figueirense só cresceu com as entradas de Pittoni e Aloísio. O primeiro cadenciou o meio-campo, e o segundo deu auxílio a Julio César na área. As chances surgiram, mas Deola fez duas boas defesas e evitou o pior para o Verdão. Nos minutos finais, o pensamento já se voltava para a decisão da Copa do Brasil, mas um reserva ainda precisava mostrar seu valor: Maikon Leite.
Aos 38, o atacante cobrou mais um escanteio e encontrou Barcos sozinho na pequena área. A bola saiu mascada do pé esquerdo do argentino e entrou mansinha, por baixo das pernas de Wilson: 2 a 1. Três minutos depois, um endiabrado Maikon recebeu em velocidade pela esquerda e tocou na saída do goleiro: 3 a 1. O Verdão não jogou tão bem, mas contou com a disposição de um útil atacante para conseguir sua primeira vitória no Brasileiro, sair do sufoco e ir tranquilo para a decisão que vale, na próxima quinta-feira.
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