Luan e Maikon Leite não costumam jogar juntos com a camisa do Palmeiras. Ou é um, ou é outro em campo. A chegada de Hernán Barcos só acentuou a disputa por uma vaga no ataque do time. Enquanto o argentino estiver na área fazendo gols, haverá apenas um lugar para aquele jogador velocista, que atua pelos lados do campo e completa o centroavante. Luan e Maikon costumavam se revezar até a chegada de Mazinho, que atropelou a concorrência e virou titular com Luiz Felipe Scolari.
Amigos fora de campo, os dois se ajudaram nessa atual fase, em que ambos veem o jogo do banco de reservas. Na vitória por 2 a 0 sobre o Atlético-PR foi assim, pelo menos no início. Mesmo com Barcos suspenso, o ataque foi formado por Mazinho e Betinho. No aquecimento, atrás de um dos gols, Luan ressaltou que o time paranaense estava ficando cansado. Maikon concordou, e começou a torcer pelo chamado de Felipão. Os dois entraram, resolveram e classificaram o time para as semifinais da Copa do Brasil.
– Todos conversam ali atrás do gol na hora do aquecimento, mas avisei ao Maikon que a equipe deles estava nervosa e cansada, e que poderíamos mudar o jogo. Fomos cada um para um lado do campo, e conseguimos – disse Luan.
Maikon faz o grupo ficar mais junto, as brincadeiras animam o ambiente"
Luan
Maikon Leite participou dos dois gols e voltou à briga por uma vaga no time. Contra o Grêmio, neste domingo, em Porto Alegre, pelo menos um deles deve aparecer na escalação de Luiz Felipe Scolari.
– Eu quero jogar, não quer dizer que eu tenho de jogar. Mas eu quero jogar. Tento sempre fazer alguma coisa diferente para no próximo jogo poder estar em campo. Mas não estou cobrando a vaga, não. Só quero mostrar meu trabalho – avisou Maikon Leite.
A concorrência entre dois amigos deixa o clima leve na Academia de Futebol. A diferença de idade é de apenas dois meses, mas na personalidade essa distância fica bem mais acentuada. Enquanto Luan é mais fechado e faz cara de mau para as câmeras, Maikon é o rei das brincadeiras no elenco. Ele é quem comanda as tradicionais “ovadas” nos aniversariantes do dia, e fica em pé de guerra com os goleiros, que se aproveitam do tamanho para deixar o atacante em situações complicadas. Nessas horas, sobra para Luan a tarefa “salvar” o parceiro.
– Essa cara fechada dele é fachada, nos vestiários ele é tranquilo e ainda me tira de umas enrascadas com esses caras aí (goleiros). Mas o Luan também é folgado. É um pouco maior do que eu, então preciso arrumar mais um para ir para dentro dele (risos) – brincou Maikon Leite.
Desconcertado, Luan rebateu com tranquilidade:
– O Maikon faz o grupo ficar mais junto, as brincadeiras animam o ambiente. Às vezes ele é fora do normal, chato demais. Mas sabe levar bem as coisas a sério, por isso nos ajuda tanto nas partidas.
Até na hora de posar para as fotos a diferença pode ser vista. Luan sério, compenetrado, e Maikon tentando tirá-lo do sério. Em comum eles têm outra característica: a velocidade. Nos testes de início de ano, os dois foram os mais rápidos – com boa vantagem sobre os companheiros de time. O estilo de jogo parecido faz com que ambos virem ótimas opções para Felipão mudar o ritmo da partida. Mas eles querem mesmo é voltar a figurar entre os titulares.
– Pode colocar aí: se precisarem de mim, estou bem demais – afirmou Maikon.
– Eu também estou bem, melhorando depois de voltar de lesão. Estou voltando aos poucos, mas querendo muito ajudar – retrucou Luan.
Cada um vende o seu peixe, mas a boa relação vai continuar intacta. Pelo menos até a próxima vez que Maikon Leite aprontar algo para Luan.
– O Maikon é pequeno, então vai ficar feio para ele – desafiou o atacante.
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