Em meio à crise vivida pelo Palmeiras no ano passado, o técnico Luiz Felipe Scolari lançou a sugestão: se o presidente Arnaldo Tirone quisesse demiti-lo, não precisaria pagar a multa rescisória prevista em contrato. Agora, em novo momento de questionamentos do clube, o comandante reacendeu a questão e voltou a falar em isenção da multa por parte do Palmeiras. Mas, ao contrário do ano passado, Felipão sofre com uma série de questionamentos de diretores – é Tirone quem dá respaldo e o mantém tranquilo no cargo.
– Todos os dias me falam muitas coisas, mas eu confio no trabalho dele. Agora está se consolidando, depois de alguns momentos difíceis, e minha função é lhe dar tranquilidade. Falam muita coisa no Palmeiras, estou acostumado. O Felipão está protegido de tudo isso – afirmou o presidente.
A tranquilidade, porém, pode ter fim em caso de eliminação para o Guarani, nas quartas de final do Campeonato Paulista. Conselheiros mais radicais, ligados ao ex-presidente Mustafá Contursi, querem que o comandante seja demitido imediatamente. Além disso, a divulgação de convites de seleções asiáticas e da Colômbia deixou parte da diretoria ressabiada.
A pressão sobre o presidente do Palmeiras aumentou, e os descontentes dizem que Felipão já está pensando em sua saída e deixando o time de lado. Tirone rebate, e diz que o técnico tem o direito de receber convites – todos foram recusados pelo comandante, com a justificativa de existir contrato vigente com o Verdão.
A multa era de R$ 5 milhões no início do contrato, e vai caindo gradativamente, conforme o vencimento se aproxima. A existência ou não do valor não influencia em qualquer decisão da diretoria, até porque o valor a ser pago hoje já é bem mais baixo do que o original.
– Sempre teve multa, desde que eu cheguei. Ela vai sendo diluída. Já dei ao presidente três vezes essa liberdade, de que eu saísse sem multa nenhuma. Eu não pagaria nada e não receberia nada – afirmou Felipão.
Sempre teve multa, já dei ao presidente a liberdade para que eu saísse sem multa"
Felipão
Em recentes reuniões do Conselho, Arnaldo Tirone foi pressionado para retirar a multa e cobrar mais resultados do técnico, que voltou ao Palmeiras em julho de 2010 e ainda não conquistou títulos. O mandatário prometeu que seria mais enérgico nas cobranças, que faz de forma polida a cada encontro com Luiz Felipe Scolari, sem prejudicar o relacionamento. O problema é que, mesmo com a blindagem a Felipão, o clube ainda sofre com o vazamento de informações prejudiciais.
– Deveria haver uma blindagem também por parte do Palmeiras, às vezes passam informações que não são verídicas. E já sou muito mais cobrado do que em qualquer outro lugar do mundo – avisou o comandante.
A pressão do Conselho não afeta Felipão, já que está bem respaldado por Tirone e mais dois “escudos”: Galeano, supervisor de futebol, e César Sampaio, gerente. O vice-presidente Roberto Frizzo, desafeto antigo do técnico, perdeu poderes no departamento desde a chegada de Sampaio. O dirigente continua frequentando o CT, mas responde menos sobre contratações, que agora cabem ao gerente. Enquanto isso, Galeano cuida da parte da organização do CT e relacionamento com os jogadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário