Wesley foi contratado para ser mais do que um simples jogador, uma peça da equipe montada por Luiz Felipe Scolari. O meio-campista seria um dos expoentes do marketing do Palmeiras na temporada, já que o clube busca um novo ídolo para tentar preencher parte da lacuna deixada pela aposentadoria do goleiro Marcos.
Mas a lesão grave no joelho direito abreviou todos os planos que o clube tinha para sua principal contratação na temporada. Sem Wesley por pelo menos seis meses, o Verdão perde dentro e fora de campo.
O vice-presidente Roberto Frizzo diz já ter assumido os riscos antes mesmo de o problema ser consumado, e por isso criou o termo “custo-tragédia” para avaliar as perdas que o Palmeiras terá sem Wesley.
Se formos observar outros jogadores, como Thiago Heleno, Valdivia e Luan (machucados), o custo-tragédia talvez seja muito maior que o do Wesley"
Roberto Frizzo, vice do Palmeiras
A primeira “tragédia”, claro, é financeira: o clube vai bancar cerca de R$ 1,5 milhão em salários sem poder contar com o jogador (caso fique fora por mais de seis meses), e ainda precisa pagar o Werder Bremen-ALE com a ajuda de um parceiro – são mais de R$ 14 milhões, divididos em três parcelas.
– Se formos observar outros jogadores, como Thiago Heleno, Valdivia e Luan (todos machucados), o custo-tragédia talvez seja muito maior que o do Wesley, financeiramente falando – destacou Frizzo.
A primeira parcela será paga com atraso, mas a diretoria assegura que o fato nada tem a ver com a lesão no joelho do jogador. O vice-presidente financeiro Walter Munhoz afirma que a questão diz respeito apenas a alguns ajustes com o parceiro e o MOP, grupo que possibilitou a doação de torcedores pela internet – o objetivo era arrecadar R$ 21 milhões, mas a campanha chegou a menos de 5% do valor desejado.
– São pequenos ajustes, mas está tudo dentro do cronograma. A questão do Wesley está muito bem resolvida – disse Munhoz.
Para amenizar o prejuízo, o clube estuda estender o contrato do jogador por um tempo equivalente ao de sua ausência. O vínculo inicial é de três anos, prorrogável por mais dois. Em conversa com a reportagem, Roberto Frizzo admitiu abertamente a possibilidade, mas avisou que só vai tratar do assunto depois do “trauma inicial” de Wesley, que passa por cirurgia nesta quarta-feira e depois inicia tratamento.
Ainda fora de campo, o presidente Arnaldo Tirone idealizava ações de marketing com a presença de Wesley. Como o chileno Valdivia ainda sofre com a sequência de lesões, Tirone tinha no meio-campista sua principal esperança para conquistar torcedores e alavancar as vendas de produtos licenciados do clube, assim como Marcos fazia.
– É uma questão mais do marketing, mas acredito sim que a ausência do Wesley traz preocupação nesse sentido. É um nome forte, que já agradou à torcida logo de cara e teve uma aceitação muito grande – opinou Walter Munhoz.
Sem ele, o Palmeiras vai contratar um novo nome para o setor, mas sem pressa. Revelações do Campeonato Paulista e possíveis oportunidades do exterior serão estudadas pela diretoria. Enquanto isso, o time será o mesmo que iniciou bem o ano e chegou a ficar 22 jogos sem perder – incluindo partidas do Campeonato Brasileiro de 2011.Dentro de campo, a perda é óbvia: Wesley era o principal desejo de Felipão para a temporada, já que exerce várias funções em campo e pode mudar o esquema do time de acordo com seu posicionamento em campo.
– O Wesley jogou quatro partidas, vínhamos jogando sem ele há muito tempo. Vamos cogitar uma contratação após o fim do Paulista, mas com calma – afirmou Roberto Frizzo.
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