sábado, 7 de abril de 2012

Casamento entre Palmeiras e Parmalat completa 20 anos


Quando o assunto é inovação, o Palmeiras se destaca como grande autoridade no cenário nacional. Não são raros os casos de pioneirismo do Verdão no futebol brasileiro, e a vitoriosa parceria com a multinacional italiana Parmalat, iniciada em 1992 e que durou pouco mais de oito anos, é até hoje um exemplo de sucesso de gestão esportiva. 
Graças àquela união, pôs-se fim a um jejum de títulos que atravessou longos e árduos 16 anos, resgatou-se a tradição de um Palmeiras glorioso e se provou que é possível aliar paixão e profissionalismo na administração de um clube de massa.  
No entanto, as coisas não aconteceram por acaso. De um lado, o Palmeiras buscava soluções para voltar a conquistar títulos, pois, desde a década de 80, o clube encontrava dificuldades em montar equipes competitivas. De outro, a Parmalat aparecia como uma das grandes empresas da Itália, mas ainda não era conhecida no Brasil e estava de olho no novo mercado.
Foi quando, às vésperas dos anos 90, um fator tecnológico de grande impacto na indústria de alimentos fez com que a Parmalat desejasse definitivamente ter seus negócios expandidos pelo mundo. O advento do leite UHT (ultra high temperature - produto conservado por processo térmico em temperaturas muito elevadas) permitiu que produtores passassem a enviar leite para regiões distantes e até mesmo outros países. Com a embalagem Tetra Pack, o produto era conservado por até seis meses sem refrigeração com grande praticidade e conveniência.
Além disso, a multinacional italiana sempre foi uma empresa preocupada em associar sua imagem à prática de esportes. Uma de suas primeiras ações publicitárias, por exemplo, foi o patrocínio dos Jogos de Inverno da Europa. No Brasil, a decisão de investir em projetos de marketing esportivo foi o primeiro passo para popularizar a marca e reforçar sua imagem junto aos consumidores.
Em 7 de abril de 1992, após longa negociação, Palmeiras e Parmalat se alinharam para colocar em vigência um contrato que previa não só uma parceria, mas também um modelo inovador de profissionalização do esporte. A empresa se encarregaria de co-administrar os departamentos de futebol, vôlei, basquete, futebol de salão e hóquei sobre patins do clube, inclusive injetando capital para melhora de infra-estrutura e contratação de atletas – para isso, a multinacional indicou o executivo José Carlos Brunoro para o cargo de supervisor esportivo. Em troca, a empresa teria sua marca exposta nas camisas dos times em diversas outras propriedades.
A postura dos dirigentes palmeirenses em relação ao novo modelo de gestão, no qual a Parmalat também teria peso nas decisões, foi bastante receptiva. “O Brunoro é um administrador de esportes competente e já provou o seu valor. O fato de ele ser palmeirense só ajuda”, destacou, à época, o então presidente Carlos Facchina Nunes
O casamento, de fato, foi perfeito. A Parmalat atingiu seu objetivo, tornando-se uma das maiores empresas do Brasil e do mundo e, até hoje, tem expressivo retorno de mídia em função da associação ao Palmeiras. Já o clube viveu um período de pleno êxtase, posicionando-se por como o melhor time brasileiro da década de 90 e marcando presença internacional com jogadores consagrados. O Verdão acumulou diversos troféus (inclusive a primeira Copa Libertadores de sua história), brigou por título em todos os campeonatos que disputou e, consequentemente, angariou novos torcedores.
“Dentre todos os casos de marketing esportivo no Brasil, o primeiro patrocínio feito em sólidas bases empresariais foi a associação Palmeiras/Parmalat. Até então, o patrocínio esportivo significava uma alternativa de mídia, com a marca da empresa estampada nas camisetas dos atletas, e um reforço à imagem do patrocinador, cuja iniciativa era bem recebida pelos torcedores do clube. Os objetivos da Parmalat não paravam aí. As condições discutidas com os dirigentes do Palmeiras incluíam também a participação da multinacional italiana, em regime de co-gestão, nas decisões técnicas dos esportes patrocinados e nos aspectos administrativos envolvidos. Assim, além de apoio financeiro, o contrato previa a implantação de um sistema de organização empresarial, com o futebol sendo administrado por um executivo especialmente contratado para a função. E a Parmalat teria ainda parte nos passes dos jogadores contratados daí em diante”, lembra Brunoro.
O fim da co-gestão entre Palmeiras e Parmalat foi, sem dúvidas, um episódio muito lamentado pelos torcedores. Em 31 de dezembro de 2000, o contrato entre as partes não foi renovado. Acabava ali o maior caso de sucesso entre um clube e um patrocinador na história do futebol brasileiro.
 
A Era Parmalat – Conquistas com a co-gestão:
- Copa Libertadores (1999)

- Copa Mercosul (1998)

- Campeonato Brasileiro (1993 e 1994)

- Copa do Brasil (1998)

- Copa dos campeões (2000)

- Torneio Rio São Paulo (1993 e 2000)

- Campeonato Paulista (1993, 1994 e 1996)

- Troféu Athiê Jorge Couri (1993)

- Taça Reggiana (1993)

- Copa Nagoya (1994)

- Copa Brasil-Itália (1994)

- Torneio Lev Yashin-Russia (1994)

- Torneio Euro-América (1996)

- Copa da China (1996)

- Taça Jihan – China (1996)

- Taça Xangai – China (1996)

- Torneio Naranja-Espanha (1997)

- Torneio Maria Quitéria (1997)

- Copa Estados Unidos (1997)

- Taça Valle D’Aosta – Itália (1999)
 

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