A semifinal do Campeonato Paulista terá um dérbi, mas a cerca de 90 quilômetros de São Paulo. Depois de um primeiro tempo horrível de Guarani e Palmeiras, o Bugre foi muito superior no segundo tempo, construiu um justo 3 a 2 neste domingo, no Brinco de Ouro da Princesa, em Campinas, e vai pegar a Ponte Preta na próxima semana. Os dois “favoritos” da capital, Verdão e Corinthians, terão de assistir ao eletrizante clássico de Campinas pela televisão.
O Guarani vai encarar a Ponte em data a ser definida nesta segunda-feira pela Federação Paulista de Futebol, no Brinco de Ouro. Já o Palmeiras terá de se concentrar na Copa do Brasil: na quarta-feira, encara o Paraná Clube, pela primeira partida das oitavas de final.Fabinho, o homem do jogo, fez dois gols. Fumagalli marcou um golaço olímpico. Marcos Assunção e Henrique diminuíram para o Palmeiras. Enquanto a equipe de Oswaldo Alvarez se mostrou consciente e contou com grande atuação do ataque, o Verdão apresentou as velhas falhas no sistema defensivo e está eliminado. O time do Palestra Itália ainda saiu reclamando muito da arbitragem de Vinícius Furlan - os jogadores chegaram a cercar o juiz, reclamando uma falta em Marcos Assunção no lance que originou o terceiro gol do Bugre.
Medo de vencer
O técnico Luiz Felipe Scolari, do Palmeiras, surpreendeu ao escalar Luan no ataque, ao lado de Barcos. Enquanto treinava com dois centroavantes durante a semana, Felipão escondeu o atacante, que se recuperava de lesão, e o colocou na função tradicional: muita correria e explosão pelo lado esquerdo do campo. Do outro lado, Vadão dizia já esperar alguma surpresa do colega, e por isso não se incomodou.
No início, Guarani e Palmeiras se retraíram, um esperando o erro do outro. O Verdão tentou conduzir um pouco mais a bola, com a qualidade de Daniel Carvalho e Marcos Assunção. Ainda sem ritmo, Luan cansou rapidamente. Atrás de um dos gols do Brinco de Ouro, cerca de 4.400 palmeirenses não pararam de cantar, mas se irritavam a cada erro de passe que interrompia um lance perigoso.
Depois do “estudo” inicial, os dois times se soltaram um pouco mais, mas sem muita convicção. O jogo ficou sofrível, e as chances só apareceram mesmo nos erros das duas defesas. Hernán Barcos, que travou duelo particular com Domingos, aproveitou uma falha do zagueiro para quase abrir o placar. Mas Luan, no rebote, desperdiçou. Minutos depois, Daniel Carvalho exigiu a única defesa difícil de Emerson no primeiro tempo.
O Bugre investiu na principal deficiência do Palmeiras: a bola aérea. A troca de Leandro Amaro por Maurício Ramos melhorou a performance da defesa do Verdão, mas ainda houve sustos. Por baixo, o arisco Fabinho tentou confundir a zaga palmeirense, sem sucesso. A chave era mesmo jogar a bola na área de Deola – duas boas oportunidades surgiram assim. Nada que empolgasse o torcedor bugrino, que vibrou mais com os carrinhos de Domingos do que com os lances perigosos.
Temos um jogo!
O descanso do intervalo fez bem demais às duas equipes, principalmente ao Guarani. Depois de 45 minutos de marasmo, o jogo, enfim, começou para valer. Avassalador, o time de Vadão passou a marcar a saída de bola do adversário e levantou a torcida, que estava aflita, mas começou a acompanhar o ritmo da equipe da casa.
Logo aos cinco minutos, a pressão deu resultado. Fumagalli bateu um escanteio venenoso. A zaga não subiu, Deola saltou sem sucesso, e a bola bateu na trave oposta ainda antes de entrar. Golaço olímpico no Brinco de Ouro que a torcida mal teve tempo de terminar de comemorar. Três minutos depois, em um contra-ataque fulminante, Oziel deixou Henrique para trás e cruzou rasteiro para Fabinho escorar. Loucura total na torcida do Guarani, clima de velório na arquibancada do visitante.
O alívio bugrino durou um minuto. Aos nove, o jogo já estava 2 a 1, com Marcos Assunção aproveitando de carrinho um rebote na pequena área – além de bater faltas e escanteios, o capitão ainda fez as vezes de centroavante neste domingo.
Vendo a situação se complicar e sem alternativas, Felipão chamou Valdivia, que está longe de sua melhor forma. O volume de jogo do Palmeiras aumentou, e o recuo exagerado do Guarani deu a impressão de que os 30 minutos finais se tornariam um ataque contra defesa. O problema é que o Verdão foi à frente mais na base da disposição, sem organização. A ordem era chutar de qualquer lugar – Assunção, Luan e Barcos tentaram, martelaram, mas não marcaram.
Fernandão entrou para aumentar a estatura dentro da área, indicando o desespero de um Palmeiras prestes a ser eliminado. Antes encurralado na defesa, o Bugre aproveitou um contra-ataque, quase marcou o terceiro, e abusou da cera para esfriar a reação adversária. Mais assustado, o Verdão se perdeu psicologicamente e não conseguiu criar qualquer chance para empatar.
Nos acréscimos, Fabinho, o melhor em campo, aproveitou mais uma falha de Deola, que não conseguiu cortar a bola num cruzamento por baixo, e ampliou a vantagem para 3 a 1. Logo depois, Henrique ainda conseguiu diminuir, no último minuto, mas não havia tempo para uma reviravolta. A festa no interior ficou completa.
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